A deputada federal pelo PSOL/MG levou ao Ministério Público a denúncia de famílias atingidas pelo rompimento da barragem da Samarco/Vale, em novembro de 2015, sobre o descumprimento dos acordos que garantem alimentação para os animais de pasto
Nesta segunda-feira, 8 de março, Áurea Carolina, deputada federal pelo PSOL/MG, denunciou aos Ministérios Público Federal e de Minas Gerais a situação de abandono dos animais atingidos pelo rompimento da barragem do Fundão, da Vale/Samarco/BHP, em Mariana/MG. O crime aconteceu em novembro de 2015 e até hoje as famílias aguardam o reassentamento e convivem com os danos socioambientais provocados pelo desastre.
No documento enviado ao MP, Áurea descreve que as pessoas atingidas denunciaram ao seu mandato que a Fundação Renova, responsável por gerir os programas de reassentamento e reparação pelos crimes da mineração em Mariana, tem “suspendido a entrega de silagem e alimentação animal ou realizado entregas em períodos demasiadamente espaçados, em quantidade insuficiente e em qualidade deplorável”.
A parlamentar também argumenta que o atraso no reassentamento dos atingidos tornou mais difícil a retomada das atividades da agricultura familiar, já que as pessoas ainda estão alocadas em espaços provisórios, que não tem área de pastagem ou capacidade para produção de alimentação digna aos animais.
Abandono dos animais e endividamento das famílias – As fotos anexadas ao ofício foram feitas por atingidos e mostram a baixa qualidade da silagem entregue pela Fundação em janeiro deste ano. Relevam ainda a situação de abandono dos animais de pasto, que estão sob tutela de pessoas atingidas pelo crime na Vale/Samarco/BHP e aguardam novo local para recomeçar suas vidas. Os que ainda estão vivos apresentam quadro grave de desnutrição.
De acordo com os relatos dos atingidos descritos por Áurea Carolina no ofício ao MP, na tentativa de resolver a questão, as famílias têm se endividado para alimentar os rebanhos, mas o esforço não tem sido suficiente para evitar as perdas.